Após a condenação em primeira instância do pastor Isamar Pessoa Ramalho, presidente da Assembleia de Deus em Roraima, pelo crime de apropriação indébita, a Convenção Geral das Assembleia de Deus do Brasil veio a Roraima, na segunda-feira, para verificar a situação. Após analisar as denúncias, a comissão se manifestou a favor do líder religioso.
O pastor foi acusado por um grupo de membros da igreja de se apropriar indevidamente de dinheiro pertencente à Assembleia de Deus, o que representaria um montante de R$ 430 mil, segundo as investigações.
A igreja é a maior denominação evangélica do Brasil e tem mais de 40 mil fiéis em Roraima. A Folha recebeu a informação de que um grupo composto por membros da igreja teria enviado um dossiê ao conselho com provas suficientes para afastar o líder espiritual.
A equipe de reportagem procurou o pastor Isamar Pessoa Ramalho e ele informou que não se pronunciará sobre o assunto, mas designou uma comissão de pastores para falar por ele.
Conforme o segundo vice-presidente da convenção, pastor Daniel Lopes, a condenação de Isamar Ramalho não representou uma surpresa para eles, pois, segundo ele, o comitê analisa o processo desde seu início. A convenção negou corporativismo – visto que o pastor também é um dos secretários da instituição – e disse que o caso está sendo acompanhado de perto, tanto a parte do denunciante quanto a do pastor acusado, e até então não viu elementos para deixar de acreditar na inocência do presidente.
Ele contou que os autores das denúncias que geraram o processo já foram identificados e não descartou a hipótese de que possam ser responsabilizados judicialmente. “São pessoas ligadas a políticos e, por meio de um financiamento pesado, fazem de tudo para desacreditar o trabalho da igreja. O objetivo é promover uma troca de favores: ‘Eu te ajudo a assumir a presidência e você me ajuda a conseguir a eleição’”, acusou.
Segundo o primeiro secretário da convenção, pastor Aerton Dias, a hipótese de afastamento do pastor foi descartada após a realização de uma assembleia geral na segunda-feira, quando comparecerem mais de 2,5 mil fiéis. Na ocasião, além de se manifestar a favor do líder, o conselho apresentou uma moção de aplausos em solidariedade ao pastor. “Foi um número expressivo que representa a vontade da igreja”, disse.
O documento afirma que “seu trabalho [do pastor Isamar] é referência vista por todos não só na sede estadual em Boa Vista, como em todo o Estado, marcado por lutas, mas honrada por Deus com crescimento e vitórias alcançados”, diz o documento.
YANA LIMA
Fonte: folhbvBv